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PARA REFLETIR ATÉ ONDE VAI O RACISMO NO BRASIL
PARA REFLETIR ATÉ ONDE VAI O RACISMO NO BRASIL

RACISMO NA IGREJA !!! 


 

Nos dias de hoje ainda vemos o coronelismo incutido nas Cúrias Diocesanas Brasil afora, como era no tempo da Santa Inquisição, insofismável, indelével, e ao mesmo tempo velado.

Ao ser comunicado pelo fato de ter um padre negro incomodando a paz, por seu trabalho voltado aos pobres, viciados e alcoólicos, à sociedade conservadora de Coronéis e pela casta poderosa de Adamantina, o Bispo Dom Luis Antonio Cipolini, que ao invés de seguir os passos de Cristo - que diz que só o amor é a salvação entre os homens - se rende aos caprichos da alta sociedade local, e transfere o padre Wilson, que já vinha sendo chamado de Urubu e outros adjetivos que não ouso repetir, para presevar a moral já tão abalada do pároco, além de demais ameaças de cunho racial.

Conduta: Ao Bispo caberia, em homilia por ocasião da Crisma na Matriz local, dizer que o trabalho de esmero do Padre Wilson, em conformidade com o evangélio e a recomendação de sua Santidade, o Papa Francisco, permaneceria naquela paróquia e que a compreensão se faria nescessária, haja vista a grande adesão do grupo jovem ao trabalho do padre.

Por fim, caberia também elogiar e incentivar que mais fiéis se juntassem ao trabalho humanitário efetuado com tanta eloquência e dedicação. Mas como vemos o racismo está escondido nos mais improváveis lugares de nossa sociedade tão avançada. Dentro da Igreja, lugar de refúlgio de almas perdidas em busca de consolo, paz e esperança para os seus féis, no entanto encontram em suas entranhas a intolerância e o racismo ditado de fora para dentro ou vice-versa.

Deixo aqui o meu mais alto repúldio ao comportamento de Dom Luiz Antonio Cipolini por sua falta de habilidade, sensibilidade e porque não dizer respeito para com o Padre Wilson, pois sei que segunto as tradições da Santa Sé, só lhe resta cumprir o que lhe for determinado em obediencia. Mas a sociedade não cala, não fez votos e não admite os desmandos sociais e raciais, pois o seu Pastor Mor não acena para esta conduta.

Adilson Araujo de Abreu

Diretor de Relações Institucionais

Conepir

 

Segue matéria retirada na íntegra do Jornal O Estado de São Paulo, em 08/12/2014.

 

O bispo de Marília (SP), dom Luiz Antonio Cipolini, foi acuado dentro da Igreja Matriz de Adamantina, também nointerior paulista, e teve de sair escoltado por policiais militares, na noite deste domingo (7).

O bispo estava na cidade para comandar a missa de Crisma, quando cerca de 2.000 pessoas se reuniram em um protesto do lado de fora da igreja para lhe cobrar explicações sobre a substituição do padre negro Wilson Luís Ramos. Com medo, dom Luiz se trancou na igreja e só saiu por volta das 23h, 1h50 depois do final da missa.

Antes de sair escoltado, o bispo enfrentou momentos de constrangimento já dentro da igreja, que estava lotada. Dom Luiz teve de interromper a cerimônia religiosa, que já estava na sua fase final, ao ser vaiado pelos fiéis, revoltados com a saída de padre Wilson.

Sem que o bispo desse alguma explicação sobre a saída do padre em seu sermão, manifestantes, na maioria jovens com narizes de palhaço, levantaram cartazes e gritavam "fica, padre Wilson". Em seguida, gritando a palavra "indignação", os manifestantes passaram a jogar moedas no altar da igreja. Diante do barulho provocado pelo protesto, o bispo interrompeu a missa e repassou o microfone ao padre Wilson, que pediu aos manifestantes para parar, mas não foi atendido.

Os jovens continuaram gritando, ainda por alguns minutos, e foram apoiados pelo restante dos fiéis, que lotava a igreja --de 1.200 lugares-- e batia palmas. A revolta com a substituição do padre continuaria do lado de fora da igreja, após o encerramento da missa. Cerca de 2.000 pessoas gritavam frases contra o racismo e contra o bispo, porque ele demorava a sair.

"Nós só queremos que ele nos explique por que está retirando o padre de nossa cidade. Para nós, fica cada vez mais evidente que se trata de um ato de racismo", disse o vendedor Paulo Roberto Scavassa, que frequenta a Paróquia Santo Antônio de Pádua há mais de 30 anos.

Padre Wilson foi o primeiro negro a assumir a principal paróquia de Adamantina, mas, ao contrário dos padres anteriores que ficaram mais de dez anos, Ramos permaneceu na cidade somente por menos de dois anos.

Depois de quase uma hora de espera, padre Wilson saiu e tentou conversar com os manifestantes. "Deixem o bispo sair, por favor", implorou ele. Em resposta, os manifestantes gritavam "não", para em seguida gritar "explicação, explicação".

Ao perceber que não conseguiria convencer ninguém, o padre retornou para dentro da igreja, aos gritos de "Fica, padre Wilson". Já passava das 23 horas quando o bispo deixou a igreja, escoltado por dezenas de PMs.

Enquanto dom Luiz saía, a multidão o chamava de "racista" aos gritos. Mas o bispo ainda teria de retornar a Marília dentro do carro de um sargento da PM, porque o carro dele teve os pneus esvaziados e foi riscado pelos manifestantes.

A manifestação foi a segunda ocorrida em dois dias seguidos em Adamantina. No sábado, 6, cerca de 2 mil pessoas, vestidas de preto e com velas nas mãos e faixas condenando o racismo, fizeram uma passeata em apoio ao padre.

Colaboradores

A substituição foi pedida ao bispo por um grupo de fiéis ricos e conservadores, colaboradores da igreja, que tinham sido substituídos pelo padre de cargos de coordenação da paróquia que ocupavam havia 13 anos.

O grupo estaria descontente com a opção dada pelo padre aos pobres e jovens usuários de drogas, que passaram a frequentar a principal igreja da cidade desde que o padre chegara a Adamantina havia dois anos. Neste período, Ramos sofreu preconceito por parte de fiéis.

"Outro dia vi duas mulheres dizendo que deveriam substituir o galo do alto da torre da igreja por um urubu", contou o padre em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" na semana passada. Na mesma ocasião, o próprio bispo relatou o preconceito sofrido pelo padre.

Nesta segunda-feira (8), padre e bispo não foram localizados para falar sobre as manifestações. Padre Wilson deixou o celular na caixa postal e o telefone da casa do bispo estava no fax. Segunda-feira é dia de folga dos religiosos. Pela circular expedida pelo bispo na sexta-feira, 5, padre Wilson deve deixar a casa da paróquia até esta terça-feira (9).

 

De Adamantina (SP)

08/12/2014

 

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O que o papa diria sobre o caso do bispo que se livrou de um padre que foi vítima de racismo?

5 de dezembro de 2014  
Categoria » Casos de Racismo

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O papa Francisco já manifestou por mais de uma vez seu ponto de vista condenando o racismo, mas parece que o bispo Dom Luiz Antônio Cipolini não atende aos recados do sumo pontífice.

por :   Do: DCM

Bispo de Marília, Dom Luiz encarou o caso de racismo sofrido por um padre negro tomando a atitude mais cômoda: tirar a vítima da paróquia.

O fato ocorreu na cidade de Adamantina, interior de São Paulo. Wilson Luís Ramos, padre da principal paróquia da cidade, afirma ter sofrido rejeição de alguns fiéis por ser negro e atuar em favor dos mais pobres. Em entrevista ao Estadão, ele disse que ouviu mulheres dizendo que deveriam trocar o galo no topo da igreja por um urubu.

Dom Luiz, alegando que a paróquia está dividida, com “grave prejuízo ou perturbação à comunidade eclesial”, decidiu tirar o padre do lugar, apesar dos protestos de parte da população pela manutenção do pároco. Na nota em que informa e justifica sua ação não há nenhuma referência à discriminação racial sofrida pelo padre.

Na entrevista ao Estadão, o bispo confirma que houve discriminação racial, porém nega que este tenha sido o motivo do afastamento. “O padre Wilson tem sofrido com essa questão. Houve preconceito por parte de fiéis, mas o padre foi vencendo e o que está em jogo agora não é o preconceito, mas sim a divisão que ele causou na paróquia”.

A atitude do bispo Cipolini lembra a do personagem Willian Ford, de “12 Anos de Escravidão”. Fazendeiro benevolente e temente a Deus, compra o escravo Solomon Northup, personagem principal do filme. Solomon é torturado e quase morre nas mãos de capatazes da fazenda, que o espancam contra a vontade do patrão. Willian, em vez de repreender os capatazes para impedir os maus-tratos a Solomon, decide resolver a situação vendendo o escravo. Para usar um termo bíblico, “lavou as mãos”.

O que o papa Francisco acharia disso? Certamente a indiferença do bispo a respeito do racismo sofrido pelo padre não soaria bem para um pontífice cuja primeira viagem oficial foi à ilha de Lampedusa, ponto de chegada de imigrantes ilegais na Europa – a maioria deles negros africanos.

Embora retrógrado e mais próximo das ideias de Ali Kamel que das do papa Francisco, o pensamento do bispo de Marília encontra eco nas atitudes do padre mais famoso do país, Marcelo Rossi. Para o padre cantor, a Igreja deve ficar longe da política, como ele afirmou em entrevista à Folha de São Paulo.

É essa distância seletiva da política que faz com que o padre Marcelo escreva um artigo rasteiro falando que umas das causas da violência seria “a falta de Deus na vida das pessoas”. Motivos palpáveis, como a guerra às drogas e a desigualdade social, para ele, devem ser coisas inventadas pelas Comunidades Eclesiais de Base – comunidades da Igreja Católica ligadas a movimentos sociais nas áreas mais pobres.

Pelo que tudo indica, o padre Ramos está no lado oposto. Fez a opção por uma Igreja Católica voltada para questões sociais e mais próxima do povo. Sem a espiritualidade alienante da “aeróbica do senhor” ou as convocações para que os fiéis “sentem no colo de Jesus” em busca da solução para os seus problemas.

Consequentemente, sua transferência foi uma vitória das forças conservadoras, empenhadas em liturgias e dogmas porém sem qualquer compromisso com o avanço da sociedade. Exatamente na contramão do pensamento do papa Francisco.

 

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CE – João Alfredo denuncia violência racista da segurança do shopping Iguatemi contra radialista cearense

Publicado há 3 dias - em 5 de dezembro de 2014 » Atualizado às 13:18 
Categoria » Violência Racial e Policial

 

Marcelo-Coelho-Moreira

Marcelo Coelho Moreira é um jovem radialista cearense. No último dia 27, entretanto, sua vida saiu do comum: ele foi seguido, conduzido para fora e espancado por seguranças do shopping Iguatemi, numa condenação prévia pelo crime de ser negro, estar transitando pelas lojas e olhando produtos. Salvo por, em determinado momento, ter mostrado a carteirinha de radialista aos seguranças que o agrediam, Marcelo ainda traz no corpo as marcas do que passou. O caso foi divulgado por ele próprio nas redes sociais e, na manhã desta quarta-feira (3/12), denunciado pelo vereador João Alfredo (PSOL) na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza.

por João Alfredo no 

“Mesmo que ele fosse ladrão, era para ter sido levado para a polícia para tomar as providências. Segurança de shopping não é policial”, demarcou o vereador, avaliando que “o Marcelo foi vítima do racismo, da intolerância e da violência”. O parlamentar ainda acrescentou que a administração do shopping está ciente dos fatos uma vez que, na hora em que percebeu que estava sendo seguido, antes de ser levado para fora do shopping e espancado, Marcelo comunicou a gerência do estabelecimento.

Finalizando o pronunciamento, João Alfredo declarou sua solidariedade ao radialista e comprometeu-se a encaminhar o caso para as autoridades competentes via Comissão de Direitos Humanos. “Se o Iguatemi tomar uma atitude, quer dizer que não coaduna com isso. Se não tomar, quer dizer que é complacente”, observou o vereador do Psol, que também declarou “repúdio a essa violência inadmissível em pleno século XXI”.

Depoimento de Marcelo Coelho Moreira após a agressão (27/11):

“Gente, evitem ir ao Shopping Iguatemi Fortaleza. Eu fui perseguido por um policial-segurança do shopping. Ele me seguiu em vários locais do shopping, cheguei a ficar com medo por não saber se era ladrão, um louco ou sei lá quem. Depois um gerente de uma loja de lá me informou que ele é policial-segurança. Eu fui até o concieger e reclamei, pedi ao responsável para tomar uma providência. E no estacionamente esse segurança veio com outro policial, ambos a paisana, me botaram no carro de segurança do Iguatemi Fortaleza, me levaram ali pra uma rua próximo ao Parque do Cocó e me espancaram. Me chamaram de ladrão e de negro. Me revistaram e nada acharam e mesmo assim continuaram a me agredir. Jogaram spray de pimenta em mim (olhos, nariz e abrindo a minha boca borrifando sprays seguidamente). Me agrediram no rosto dando socos. E disseram que pelo fato de eu não comprar algo nas lojas eu estava sendo suspeito de roubo. Eu não posso ir só passear no Shopping? Eu não posso ir só pesquisar os preços? Agora somos obrigados a comprar senão somos agredidos fisicamente? Só pararam de me bater quando eu mostrei minha documentação de radialista (repórter de TV, locutor de TV e rádio e produtor de TV). Me ameaçaram de morte. Estou processando o Shopping Iguatemi Fortaleza. E divulgarei nas TVs (local e nacional). Por favor compartilhem e me ajudem na divulgação e punição. Muito obrigado. Forte abraço e fiquem com deus”.

 

Brasil, o País do Futuro (racista).

 


Com a pena branda e apenas pró forma, que o Meritíssimo Juiz de Direito, Dr. Marco Aurélio Xavier aplicou, o país perde a chance de dar uma punição exemplar e, assim, pôr fim a atos asquerosos e desprezíveis, como o que vimos por parte deste "Quarteto Fantasmagórico" de racistas e delinquentes, cobertos pelo sagrado manto da cega “Justiça”, que abrandando as penas só facilita a vida dos agentes agressores e fragilizam a democracia racial que luta ferozmente contra a discriminação racial, assim como a injúria racial. São acontecimentos como este que vão fortalecendo um país excludente na forma da lei, para cidadão negro que vive e sofre com a intolerância ímpar e com os crimes de natureza nefasta: assim o MM. presta um desserviço ao Brasil.

 

Adilson Araujo de Abreu
Diretor de Relações Institucionais
Conepir

Matéria do portal Uol

 

Patrícia Moreira, Fernando Ascal, Éder Braga e Rodrigo Rychter, torcedores do Grêmio identificados cometendo atos de injúria racial contra o goleiro Aranha, do Santos, no dia 28 de agosto em duelo da Copa do Brasil, tiveram a pena suspensa nesta segunda-feira (24). O quarteto seria julgado, podendo pegar de um a três anos de detenção ou ainda pagamento de multa. Agora, apenas comparecerão à uma delegacia de polícia em dias e jogos do Grêmio uma hora antes do evento e sairão uma hora depois. Em audiência realizada no Foro Central de Porto Alegre nesta segunda, os quatro aceitaram a posição do juiz Marco Aurélio Xavier. Portanto, não precisarão passar por julgamento com possibilidade de cumprirem a pena por injúria racial. Nenhum deles aceitou a proposta de utilização de tornozeleira eletrônica. Com isso, seguirão monitorados e se cometerem algum crime serão julgados pelos dois, contando o ato de injúria racial. 

Em caso de descumprimento do comparecimento em delegacias de polícia durante os jogos do Grêmio, seja em casa ou fora, o processo será reaberto e correrá mais rápido. Caso todos obedeçam até agosto do ano que vem, o caso está encerrado. 

A audiência ocorreu na manhã desta segunda e todos os indiciados estiveram presentes. Patrícia, que ainda sofre a repercussão do caso, mudou-se de Porto Alegre e a casa onde vivia, na zona norte da capital gaúcha, foi alugada. A jovem perdeu emprego e viu a residência ser alvo de uma tentativa de incêndio. 

Ela foi a principal figura do ocorrido. Flagrada por câmeras de transmissão de televisão, suas imagens rodaram o mundo e nelas ela gritava 'macaco' repetidamente ao camisa 1 santista. 

Por conta dos atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos, o Grêmio foi punido no STJD com a perda de três pontos na Copa do Brasil. Como foi derrotado naquela partida, acabou eliminado do torneio sem sequer a realização da partida de volta.

 

Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre

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Tarso Genro resolveu defender publicamente a racista que chamou o jogador de macaco. 

 



 

O Conepir, vem publicamente trazer o manifesto de “Repúdio” Ao Governador do Rio Grande do Sul Dr.Tarso Genro, Ex Ministro da Justiça,  visto que o mesmo é contra  o fato  da exposição  de uma pessoa racista a torcedora do Grêmio a Srtª Patrícia Moreira, quando as imagens falam por si só, e não se trata de uma imputação por parte da imprensa. As palavras por ela proferidas depõem com a mesma, de maneira verossímil.

É inadmissível que um governador, detentor da ordem pública e do cumprimento da lei, faça uma declaração deste teor, indo de encontro às leis 7.716/89 e do artigo 140 do Código Penal Brasileiro.

O Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba refuta veemente a postura do Governador Dr. Tarso Genro, cremos que quando uma autoridade como um governador defende ocultação de fatos  visíveis  a toda nação e porque não dizer da imprensa mundial  nos preocupa verdadeiramente.

Ora se a vitima é exposta publicamente, porque será que o seu algoz não pode ser igualmente exposto? O que os difere?

Senhor Governador! O senhor deve uma retratação a toda a Comunidade Negra Brasileira, posto que sua declaração é uma ofensa, tão maior que o ato cometido pela Srtª Patrícia Moreira, pois ela não é uma pessoa de vida publica.

Já o Senhor é o comandante em chefe de seu Estado e deve servir de exemplo, de igualdade, cumpridor primeiro das leis hora vigentes no Brasil, em seu pleno estado de direito democrático que não lhe permite caminhar ao lado de infratores e pulhas da pratica de racismo e discriminação racial.

Reitero que o ato foi visto, e ouvido por muitos a luz das imagens geradas justamente pela atitude racista "sim" por parte da cita Srtª; não se trata de uma condenação da imprensa ou um julgamento prévio da população negra. A Srtª em questão expos; sua própria família, amigos, colegas de trabalho, e não cabe portanto defesa ao fato de ela ser acusada, justamente a partir das infelizes imagens por ela produzidas e veiculadas. Ela produziu provas contra si mesma.

Adilson Araujo de Abreu

Diretor de Relações Institucionais

Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra Piracicaba.

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Mais uma vez, nos deparamos com a Intolência Religiosa em nosso País, muito insistem em dizer que não há, mas os fatos falam sobre como se da dentro da instituição escolar a verdadeira odiosa pratica de discriminação seja religiosa e racial.

Não podemos e não devemos nos calar diante de tais fatos, todos e todas que forem vitimas desta pratica vil, deve se manisfestar, seja nas mídias, nas redes sociais, procurando seus direitos dentro do campo legal e jurídico. O que não podemos é nos falar, de modo algum, pois juntos somos mais fortes e o nosso coro será ouvido, seja pelo nosso ruído, ou pelo volume das demandas que iremos fornecer as instituições.

Precisamos nos avolumar, nos impor, e acima de tudo nos apropriar das leis que nos servem.

 

 

 

RJ: Aluno é impedido de frequentar escola com guias de candomblé

Um estudante de 12 anos foi impedido de entrar na escola pública em que estudava por usar guias (colares) de candomblé no último dia 25 de agosto. O caso aconteceu na escola municipal Francisco Campos, no Rio de Janeiro, e foi divulgada nesta terça (2).

Segundo sua família, o menino já era vítima de preconceito há algum tempo -- ele decidiu adotar a religião há cerca de dois meses. Há um mês, a diretora já impedia a entrada do aluno na escola conforme relato da mãe. Após o acontecido, ele trocou de escola. Após a denúncia, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu se encontrar pessoalmente com a mãe do garoto e o estudante para um pedido formal de desculpas.

Desde 2011, a rede municipal do Rio de Janeiro tem aulas de religião como parte do currículo. Em tese, as aulas abrangem diversas religiões, inclusive as afro-brasileiras.

 

Racismo e preconceito religioso

Para Silvany Eclênio, da Sepirr (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), o caso é de discriminação racial, além de religiosa. "A escola está reproduzindo todo um sistema de valores e de práticas racistas, quando o papel dela deveria ser o de promover a diversidade étnica brasileira, a valorização desta diversidade e combater esse tipo de atitude de negação de direitos", afirma.

"O ensino religioso no Estado e na cidade do Rio funciona como um catequizador que só aceita as religiões cristãs. E o ensino da cultura africana ainda é muito fraco, quase nulo"diz a professora Stela Guedes Caputo, da Faculdade de Educação da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). "Além disso, temos uma bancada fundamentalista que defende apenas a sua religião, ao invés de defender os interesses de todos."

A professora acredita que a divulgação de notícias como esta causam incômodo na população e são uma forma importante de levantar o debate sobre a realidade da cultura afro-brasileira. "Em nossas pesquisas, as crianças da religião do candomblé de escolas públicas são unânimes em dizer que todos os lugares discriminam, mas que a escola é a mais cruel", afirma Stela

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Trabalhadores Haitianos são encontrados em trabalho análogo a escravidão

 

 

Vítimas cumpriam jornadas de mais de 15 horas sentadas em cadeiras de plástico inadequadas. Foto: SRTE/SP

O governo federal resgatou 14 trabalhadores haitianos que estavam em condições análogas à escravidão em uma oficina de costura na região central do município de São Paulo. A operação é a primeira envolvendo imigrantes dessa nacionalidade no Estado.

O caso é inédito. Apesar de haitianos já terem sido resgatados da escravidão no Brasil (por exemplo, 100, em Minas Gerais e 21, no Mato Grosso), nenhum caso havia sido registrado no Estado de São Paulo, nem no setor têxtil. Segundo depoimentos, os trabalhadores não estavam recebendo salários e passavam fome. A reportagem é Stefano Wrobleski, da Repórter Brasil:

Doze haitianos e dois bolivianos foram resgatados de condições análogas às de escravos em uma oficina têxtil na região central de São Paulo. O resgate ocorreu no início deste mês após fiscalização de auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e uma procuradora do Ministério Público Trabalho (MPT). As vítimas trabalhavam no local há dois meses produzindo peças para a confecção As Marias, mas nunca receberam salários e passavam fome.

Segundo a fiscalização, antes de serem aliciados, os haitianos estavam sendo abrigados pela pastoral Missão Paz, mantida pela paróquia Nossa Senhora da Paz para acolher migrantes de outros países que chegam a São Paulo. Além de alojar os migrantes, a pastoral promove palestras a empresários sobre a cultura e os direitos dos estrangeiros, onde os interessados em contratar os recém-chegados preenchem fichas com informações que são usadas para verificar a situação trabalhista das empresas na Justiça e monitorar as contratações.

A estilista e dona da empresa, Mirian Prado, afirmou à Repórter Brasil que não tinha conhecimento das condições de trabalho na oficina e que só terceirizava o trabalho: “A gente estava na hora errada, no lugar errado e fazendo a coisa errada sem saber”, disse. Depois da autuação, informou que a empresa passou a fiscalizar outros fornecedores e que pretende deixar de terceirizar o serviço em breve para ter melhor controle sobre sua produção.

 

Vítimas cumpriam jornadas de mais de 15 horas sentadas em cadeiras de plástico inadequadas. Foto: SRTE/SP

De acordo com o padre Paolo Parise, que coordena a missão desde 2010, o interesse dos empresários pela Missão Paz diminui quando eles são informados de que os migrantes têm os mesmos direitos dos demais trabalhadores no Brasil. O padre diz que, de janeiro a julho deste ano, 587 empresas contrataram 1710 migrantes através da pastoral. O número de empresas, porém, equivale a apenas um terço do total de interessados que assistem à palestra inicial.

A dona da oficina onde as 14 vítimas de trabalho escravo foram resgatadas faz parte dos dois terços de empresários desistentes. “Em maio, ela e seu esposo vieram, participaram da palestra e, depois, sumiram sem contratar ninguém”, disse Paolo. Antes de ser aliciado, Daniel*, um dos haitianos, já tinha emprego fixo em um shopping da capital e retornava todas as semanas à pastoral para dar, voluntariamente, aulas de português aos colegas conterrâneos.

Daniel aprendera o idioma pela internet antes de vir para o Brasil e vem aprimorando seus conhecimentos desde 2012, quando chegou ao país pelo Acre. A maior parte dos seus colegas, no entanto, havia chegado fazia menos de um mês ao Brasil e o crioulo (junto com o francês, uma das línguas oficiais do país) era o único idioma que sabiam falar.

Ante a promessa de receber um salário menor, mas com benefícios como alimentação e alojamento garantidos pelo empregador, ele aceitou a oferta da dona da oficina: “O maior problema no Brasil são os custos de vida, como aluguel e outras coisas”, disse à reportagem. Daniel, então, deixou o emprego no shopping e chamou alguns colegas para quem dava aulas na Missão Paz. Para o trabalho, a dona da oficina havia dito a ele que não era necessário saber costurar: eles seriam contratados como aprendizes e teriam contato com o ofício trabalhando na confecção para As Marias. No Haiti, eles tinham ocupações diversas. Daniel era vendedor autônomo, enquanto outra das vítimas estudava para ser enfermeiro.

Condições degradantes - Na oficina, as vítimas começaram a trabalhar em junho. No local também ficavam os quartos onde os doze haitianos, um casal de bolivianos e seu filho de quatro anos dormiriam. Com colchões em mal estado no chão, mofo, infiltrações e péssimas condições de higiene, a auditora fiscal Elisabete Cristina Gallo Sasse, que participou da operação, disse à Repórter Brasil que os cômodos eram tão pequenos que “nós [a equipe] não conseguíamos nem ficar dentro deles”.

De segunda a sábado, submetidos a uma jornada que podia chegar a até 15 horas por dia, os bolivianos teriam a função de ensinar às demais vítimas a costurar. Assim, os haitianos tiveram suas carteiras de trabalho assinadas na função de “aprendiz de costureiro”. A fiscalização apurou que a maioria dos trabalhadores tinha mais do que a idade máxima, de 24 anos, para exercer a função de aprendiz e não havia qualquer instituição acompanhando o aprendizado. O artifício tinha a função de permitir o registro em carteira com salário de R$724, o mínimo brasileiro e inferior ao piso, de R$1017, da categoria dos costureiros para a região.

Fome - Apesar de baixo, o salário nunca veio. A alimentação, outra promessa inicial, era de baixa qualidade e não havia refeitório no local. Quando, quase dois meses depois do início do trabalho, as vítimas reclamaram que queriam ser pagas, receberam da dona da oficina um vale de R$100. Em contrapartida, deixaram de receber comida.

Ao chegar ao local, a fiscalização encontrou os trabalhadores almoçando pães franceses que eles mesmos haviam comprado. Os fiscais também descobriram uma cozinha de uso exclusivo da dona da oficina e em melhores condições do que a disponibilizada aos costureiros. Dentro dela, os alimentos eram escondidos no interior de um sofá. “O que mais me chocou foi ver a crueldade do ser humano de deixar trabalhadores passando fome, de ter o alimento e não fornecer, deixando-os em situação de penúria”, lamentou Elisabete.

Antes de deixar a oficina, a equipe interditou o imóvel e as máquinas de costura pelo “grave e iminente risco de incêndio”, conforme os fiscais escreveram no relatório da operação, por conta de instalações elétricas irregulares, da falta de extintores dentro do prazo de validade e da não existência de proteção das partes móveis das máquinas de costura.

A confecção As Marias foi responsabilizada pelas infrações aos direitos dos trabalhadores com base nasúmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A empresa pagou todas as verbas rescisórias e os salários atrasados dos funcionários e firmou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho para fornecer cestas básicas e hospedagem às vítimas.

Já Daniel, que passara por outros empregos no Acre, Rio Grande do Sul e São Paulo antes de ser escravizado, disse pensar em voltar para seu país natal: “No Brasil tem muitos empregadores que falam para a gente [haitianos] que vão pagar uma coisa e, quando a gente chega lá, acabam pagando menos, não pagam hora extra… Muitos empresários pagam direito, mas eu tive muitos problemas”, explicou.

MTE assina protocolo contra escravidão – Em coletiva de imprensa, o superintendente regional de São Paulo do MTE, Luiz Antônio de Medeiros Neto assinou portaria que regulamenta o envio direto de ofício com informações sobre empresas flagradas com trabalho escravo no Estado de São Paulo para a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae) e a Secretaria da Fazenda do Estado. A medida visa garantir a efetividade da lei nº 14.946/2013, que prevê a cassação do registro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de empresas flagradas com trabalho escravo e seu banimento do estado por dez anos.

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Conselho registra 8 casos de racismo em 1 ano de atividades em Piracicaba

Cinco denúncias foram feitas ao Conepir em 2013 e as outras três em 2014.
Segundo diretor, a demora na Justiça é um dos motivos para não denunciar.

Do G1 Piracicaba e Região

 

 

Adilson Araújo de Abreu é diretor do Conepir
(Foto: Fabrici Desmont/Câmara de Piracicaba)

O Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra dePiracicaba (Conepir) recebeu oito denúncias de racismo e injúria racial desde quando iniciou as atividades em maio do ano passado em Piracicaba (SP). Cinco delas foram em 2013 e outras três em 2014. De acordo com Adilson Araújo de Abreu, diretor de relação institucional da entidade, muitas pessoas não denunciam o crime por causa do constrangimento durante a elaboração de um inquérito policial e também por causa da demora no processo judicial.

Abreu explicou que o objetivo do Conepir é promover ferramentas jurídicas de enfrentamento ao racismo. “Queremos que haja consciência de que existe sim um crime, quando se ofende uma pessoa por causa de sua cor, origem, orientação religiosa, sexual ou de gênero. Queremos e lutamos dentro da esfera legal para que este comportamento seja extinto de nossa sociedade, mesmo que leve muito tempo. É este o nosso trabalho”, disse Abreu.

 

Denúncias
Segundo Abreu, a grande maioria das vítimas decide por não denunciar o racismo por causa do constrangimento na hora de elaborar um boletim de ocorrência, já que muitas vezes as pessoas duvidam em relação à veracidade do ocorrido. A demora de um processo judicial ainda é apontada, já que pode levar de um a dois anos, dependendo da instrumentalização jurídica e da representação feita pela vítima.

O diretor explicou também que somente 10% dos casos que vão parar na Justiça vão a julgamento. “Muitas pessoas acabam desistindo no meio do processo devido à demora. Outro fator que também influencia na desistência do processo são as penas brandas.” Ele relatou ainda que a função do Conepir é fazer com que as vítimas não desistam dos processos e que a punição para os suspeitos sejam maiores.

 

Duas mulheres afirmam terem sido vítimas de
xingamento racista (Foto: Thomaz Fernandes/G1)

Caso de racismo
Um dos casos registrados este ano em Piracicaba ocorreu no dia 27 de maio. Duas jovens que estavam na porta de uma creche municipal, no Centro, aguardavam a saída dos filhos quando um metalúrgico de 29 anos colocou o rosto para fora do ônibus e as ofendeu com xingamentos de "macacas" e "chitas". O homem foi detido pela Guarda. Na delegacia, a ocorrência foi registrada como injúria e não como racismo.

Na ocasião, o rapaz pagou fiança de R$ 800 e foi liberado. O suspeito negou à Polícia Civil ter feito ofensas pela janela do ônibus e admitiu apenas ter discutido com uma das acusadoras, que o teria ofendido.

Leis
O diretor de relação institucional da entidade explicou que os casos de racismo em Piracicaba ainda estão sendo registrados como injúria racial. “Trata-se de uma interpretação sobre o artigo 140 do Código Penal, parágrafo 3º, inciso III. A autoridade policial analisa os casos de racismo quando um indivíduo é proibido de entrar em um estabelecimento por sua cor ou raça, e também quando ele é retirado de um estabelecimento pela mesma razão."

Ainda de acordo com o diretror, continua sendo muito difícil tipificar o crime de racismo. "Pois quando se versa apenas sobre injúria, trata-se de crime passível de fiança e que precisa de representação por parte da vítima, não tendo a tutela do Estado.”

Ação do Conepir
Para Abreu, quando a denúncia é feita ao conselho, o processo pode ser mais rápido, já que o Conepir tem um canal direto com a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Coordenadoria de Política para os Povos Negros e Indígenas do Estado de São Paulo. Feita a representação, o conselho encaminha diretamente o processo ao departamento jurídico.

O conselho também criou um disque racismo para que as vítimas possam fazer a denúncia. “Por esse canal as pessoas poderão reclamar pelos direitos que estão amparados pela lei e garantidos pela Constituição Federal. A vítima se sentirá mais à vontade ao relatar os fatos através do número 156, por causa de uma exposição menor.”

O conselho orienta ainda que a população procure o Conepir no 10º andar da Prefeitura, onde há conselheiros de plantão todos os dias.

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Manifesto de apoio a liberdade de expressão religiosa

 

 

O Juiz de Direito, Dr. Eugênio Rosa de Araújo, pensa ser o dono da verdade e acaba de descobrir a pólvora. Insanamente o magistrado alega que os cultos de Umbanda e Candomblé não são legítimos, pois não são monoteístas e não têm um livro para guiar seus fiéis como a Bíblia ou o Alcorão.

Homem pequeno e de pequena visão ao respeito, à diversidade religiosa, ao respeito à nossa ancestralidade. Enquanto o calendário Cristão tem 2014 anos, na África, assim como na Ásia, Buda é cultuado à mais de 8000 anos. Na África, Xangô, assim como Ogum, davam seus sábios e longos conselhos aos seus povos, discorrendo como a justiça, a lealdade, a amizade, o respeito a caridade e o respeito a natureza, eram importantes a seus súditos.

A proibição a qualquer manifestação religiosa é repudiada pelo Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba-Conepir. Pois hoje são as religiões de Matrizes Africanas a serem perseguidas, amanhã serão as Neo Pentecostais, e sabe se lá onde isto vai parar.

Somos totalmente a favor da liberdade de expressão religiosa e temos o dever de protegermos nossa ancestralidade, mesmo que muitos de nós sejamos, hoje, evangelizados ou seguidores de diferentes segmentos religiosos. Não podemos abandonar a defesa de nossas raízes; não somos descendentes de escravos, mas sim descendentes de um povo que foi escravizado.

Tiraram nosso chão e a nossa liberdade, fizeram esquecer nossa língua mãe, cortaram nossas línguas, nos queimaram a ferro quente, fizeram toda a barbárie típica dos fracos que temem que os dominados se levantem, porém uma coisa nunca conseguiram tirar de nós negros: a nossa fé e o respeito aos nossos ancestrais. Não será hoje nem agora que iremos abrir mão do que nos é mais caro e que não conseguiram extirpar: A NOSSA FÈ.

Portanto, a marcha do toque dos Adjás tem nosso apoio, respeito, e acima de tudo admiração, pois não iremos permitir que nossas raízes sejam arrancadas de nossos corações, de nossa história e nem de nossas vidas. Esta é a luta, a nossa religiosidade. Tanto já nos foi tirado e dizem que reclamamos por nada, porém o que é nada para uns é tudo para outros, nosso eco irá longe, nosso grito irá balançar as estruturas do poder, não usamos máscaras pois não temos nada a esconder, ao contrário temos muito a mostrar.

Um antigo ditado Yorubá diz: “Um galho quebra sozinho, mas um fecho de galhos é inquebrável”.

 

 

 

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Mulher é condenada por injúria racial após ofender porteiro em Juiz de Fora

Categoria: Racismo no Brasil

 Publicado em Quarta, 02 Abril 2014

 

Ela deverá prestar serviços comunitários por um ano e pagar multa.
Em 2009 a mulher ofendeu um porteiro por causa da cor da pele dele.

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Uma mulher foi condenada pela Justiça por injúria racial em Juiz de Fora. A decisão, que partiu da 4ª Vara Criminal da cidade, foi publicada nesta terça-feira (1º) no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Segundo denúncias, em abril de 2009 a mulher ofendeu o porteiro do prédio em que mora fazendo menções desrespeitosas por causa da cor da pele dele, ou seja, praticou ato de racismo. Por sua conduta, foi estipulado que ela deverá prestar serviços comunitários por um ano e pagar multa.

Segundo depoimento da vítima, a moradora do prédio o insultou na presença de várias pessoas em tom de voz alto, atingindo a dignidade e a honra dele. Em maio do mesmo ano, ele contou que a mulher tentou agredi-lo e intimidá-lo, declarando que ele não sabia com quem lidava e argumentando que, pelas conexões que tinha e por causa do irmão advogado, nenhuma medida judicial contra ela teria sucesso. O porteiro, então, ajuizou uma ação penal privada contra a moradora.

Em julho de 2012, o juiz Cristiano Álvares Valladares do Lago, condenou a mulher por injúria racial, a um ano de reclusão em regime inicial aberto e 10 dias-multa. A condenada deveria prestar serviços à comunidade, à Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas (Ceapa) ou a entidade análoga, mas pôde recorrer em liberdade. Na sentença, o juiz absolveu a ré da acusação de difamação, porque não houve ofensa à reputação do trabalhador.

A defesa recorreu alegando que mulher deveria ser absolvida, pois as provas eram incertas. Entretanto, a decisão foi mantida. Para os desembargadores Flávio Leite (relator), Walter Luiz e Kárin Emmerich, o registro de ocorrência e a prova oral colhida durante a instrução processual comprovaram a materialidade do crime e a autoria.

Nesta terça-feira, com base no parágrafo terceiro do artigo 140 do Código Penal, ela deverá prestar serviços comunitários por um ano, além de pagar multa.

Fonte: G1

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O País da copa e suas vítimas de Racismo: uma crônica de nossas vidas

 

 

O Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba-Conepir, vem trazer seu repúdio aos atos de racismo contra o jogador Adilson, do XV de Piracicaba, em Partida contra o Palmeiras no dia 22 de Janeiro de 2014, e contra o ato de racismo vergonhoso, inaceitável e repugnante sofrido pelo o atleta Tinga, no jogo de 12 de fevereiro de 2014 contra o Real Atlético Garcilaso, do Peru.

Ambos os casos de lamentável e total falta de postura humana desportiva, em um país que vai receber todo o mundo do futebol em meses, e onde queiram ou não queriam, gostem ou não gostem, o rei do futebol é negro sim senhor, e tem nome e sobrenome.

Seja o caso do Jogador Adilson do XV de Piracicaba, onde encaminharemos pedido de abertura de investigação à Federação Paulista de Futebol, seja no caso do jogador Tinga, onde também enviaremos, em conjunto com a Câmara de Vereadores de Piracicaba, um ofício de repúdio e pedido de ação célere e exemplar à Conmebol, que já teve suas investigações iniciadas.

A sociedade insiste em dizer e a bradar que no Brasil não existe racismo e que nós negros estamos vendo coisas ou pêlo em ovo, como é dito popularmente. Acontece que atos como estes só fazem abrir as feridas que estavam e estão com frágeis curativos pseudo sociais; a verdade é assim, nua e crua. O Brasil é sim um país racista disfarçado de bom moço, desde que os negros não tenham lugar de destaque ou não venham a incomodar a sociedade com suas solicitações, como Políticas de Igualdade Racial, Políticas Afirmativas, Cotas, etc. Tudo fica bem e quieto no lugar onde está. O fato é que não somos mais aquele povo sem instrução, que no dia 14 de maio de 1888, vagava sem rumo pelas cidades do Brasil; estudamos, nos instruímos, nos fortalecemos ainda mais, sendo hoje 52% da população do Brasil, segundo dados do IBGE, pois mesmo antes do dia 13 de maio daquele ano, muitos já tinham sido os levantes em nome da liberdade, muitos são nossos heróis. Hoje não queremos apenas que a “liberdade, liberdade abra as assas sobre nós” (sic), queremos a igualdade, queremos e exigimos o respeito daqueles que usurparam da mão de obra de nossos ancestrais, não imploramos nada, temos nossos direitos garantidos pela carta maior do país, a Constituição. Não queremos 10% de cotas, só queremos que os 100% não fiquem nas mãos de apenas uns, como disse o Professor Doutor Helio Santos.

O Conepir, um Conselho novo no sentido de sua formação tem opinião, postura e acima de tudo legitimidade para cobrar juridicamente uma resposta dos órgãos reguladores das normas do futebol, com punição exemplar a atos como os acima descritos, pois não iremos nos calar, e se preciso vamos às ruas sem máscaras, porque nada temos a esconder, pois fomos forjados no forno da coragem e da luta. Temos líderes que deixaram em nosso sangue sua marca de dignidade, de respeito e de resistência e, acima de tudo, de coragem. Este editorial vem imbuído de sentimentos de revolta e de indignação, pois não iremos aceitar que fatos como estes sejam simplificados e tipificados como atos isolados quando não são, esta e a cara do Brasil saindo da casca. E para terminar temos o caso do Nobre Professor Kabengelê Munanga, Doutor na USP com um invejável currículo de 43 anos de trabalho, convidado para assumir a vaga de Professor Visitante Sênior, e que foi barrado na Universidade do Recôncavo da Bahia e preterido entre 59 candidatos por ser o único negro entre os docentes. Fato vergonhoso, haja vista que, não desmerecendo os que foram aceitos, ninguém tinha um currículo como o dele, assinado pelo Pró-Reitor e outros Doutores da USP a quem não é preciso apresentar o laurear, pois o nome desta instituição tem seu próprio respeito, dispensando  apresentações. E eu lhe pergunto caro leitor: até quando nos querem calados e mansos como pensam que somos?

 

Adilson Araujo de Abreu.

Diretor de Relacionamento Institucional

Conepir.

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Racismo nas altas esferas, quem tem medo de um negro que sabe? Professor Kabengele Munanga quebra o silêncio acadêmico

O Professor Kabengele Munanga foi preterido na seleção dos 59 estudiosos que foram beneficiados pela bolsa do programa "Professor Visitante Nacional Sênior " da Capes.

Kabengele havia aceito a sondagem da Professora Georgina Gonçalves dos Santos, para atuar na jovem Universidade do Recôncavo Bahiano -UFRB-, através de uma posssível bolsa de pesquisador visitante nacional sênior da CAPES. Kabengele foi preterido, foi desmeritado na alta esfera de decisão, na cúpula do poder que decide no Brasil, quem foi, é e será beneficiado por bolsas para aprender ou distribuir seus conhecimentos.

Segundo palavras do Professor José Jorge de Carvalho, Coordenador do INCTI, em seu documento em apoio à Kabengele para reivindicar a bolsa:

"Com toda sua clareza do intelectual militante e engajado e sua posição político-ideológica a respeito da inclusão dos negros e indígenas no ensino superior, docência e pesquisa, talvez Kabengele fosse o único estudioso negro ou um dos pouquíssimos pesquisadores negros a concorrer a essa bolsa. Por coincidência, esse único negro foi o menos qualificado, por comparação. Estranha e triste coincidência!"

Kabengele quebra o silêncio em uma área extremamente delicada que é área de financiamento da produção intelectual do conhecimento no Brasil. Poucos ou nenhum negro ou negra brasileira, pode se arriscar ou se arriscou na área acadêmica, à questionar o possível racismo que nós da Mamapress, consideramos estar entranhado no meio acadêmico brasileiro, racismo que se tornaria visível, diante de qualquer pesquisa séria feita por qualquer aprendiz de Ciências Sociais. O endocolonialismo ou sub-colonialismo interno consegue no Brasil ser mais branco e europeu do que os europeus desejaram na década de 30, e hoje, graças as deuses africanos, esqueceram e mudaram.

Ao contrário da falácia que o negro precisa estudar para ter o seu lugar na sociedade, nós da Mamapress afirmamos, quanto mais o negro souber, em qualquer área, mais ele será uma ameaça e mais ele será discriminado.

Tomamos a liberdade de publicar a Carta Aberta do Professor Kabengele Munanga:

CARTA ABERTA DO PROFESSOR KABENGELE MUNANGA

Permitam-me, primeiramente, quebrar meu silêncio, começando por desejar-lhes um feliz 2014, repleto de sucessos e realizações.
Agradeço a solidariedade e o pronto recurso feito por vocês junto à CAPES através da Reitoria da UFRB diante da omissão do meu nome entre os 59 estudiosos beneficiados pela bolsa do programa "Professor Visitante Nacional Sênior (cfr. Edital 28 de 2013)".

Geralmente, levo tempo para me manifestar em situações aparentemente urgentes como essa que acabamos de viver. Isto é uma das minhas características que, acredito, se não for uma qualidade, é um defeito incorrigível, pois faz parte da minha pequena natureza humana. Creio, agora, que já tive bastante tempo para refletir sobre o acontecido.

Relembrando como todo começou, estava eu na véspera da minha aposentadoria compulsória na USP que aconteceu em novembro de 2012, quando a colega e amiga Professora Georgina Gonçalves dos Santos, me sondou sobre a possibilidade de ser convidado da UFRB através da bolsa de pesquisador visitante nacional sênior da CAPES. Sem hesitação, aceitei imediatamente e desde então comecei a recusar outros convites que me foram dirigidos depois. Tinha e tenho a convicção de que poderia ser mais útil para uma nova universidade como UFRB do que para as universidades mais velhas que possuem um quadro de pesquisadores e docentes mais estruturado.

Elaborei então uma proposta do programa de atividades a serem desenvolvidas, de acordo com as instruções contidas no Edital 28 do PVNS, proposta esta que foi enriquecida e consolidada pelas sugestões dos colegas Osmundo Pinho e Georgina Gonçalves dos Santos e em última instância pela própria Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRB, a Professora Ana Cristina Firmino Soares.

Acreditávamos que essa proposta era exequível, de acordo com a demanda do CAHL da UFRB e da minha experiência acumulada durante 43 anos como pesquisador e docente. Uma experiência começada em 1969, na então Universidade Nacional do Zaire, onde fui o primeiro antropólogo formado, passando pela Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e pelo Museu real da África Central em Tervuren (Bruxelas), Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro (visitante), Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade de São Paulo (1980-2012), Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique (visitante) e Universidade de Montreal, Canadá, como Professor associado convidado para orientação de teses (2005-2010). Sem deixar de lado os cargos de direção na USP, como Diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (1983-1989), Vice-Diretor do Museu de Arte Contemporânea (2000-2004), Diretor do Centro de Estudos Africanos (2006-2010) e participação em diversos conselhos, como o Conselho Universitário da USP etc. Orientei dezenas de teses e dissertações, entre as quais algumas premiadas como a tese de José Luís Cabaço, que ganhou Prêmio da ANPOCS, e recentemente a tese de Pedro Jaime Coelho Jr., que ganhou prêmio de melhor tese em Ciências Humanas, destaque USP 2013.

Modéstia à parte, sem "me achar" e sem exibição, pensava que com toda essa experiência poderia servir para uma nova universidade em construção como a UFRB. Lamento que o sonho não deu certo!

Pelo parecer da Comissão Julgadora (Edital 28- 2013), nosso programa foi deferido e recomendado à bolsa com certo elogio, classificando-me na Categoria I dos pesquisadores do CNPQ. Foi, se entendi bem, na última instância que fomos preteridos, em comparação com os demais deferidos. Em outros termos, tenhamos a coragem de aceitá-lo, nosso programa e meu CV foram considerados inferiores para sermos incluídos entre os 59 bolsistas aprovados.

Por que então tantas lamentações, pois não somos os primeiros, nem os últimos a serem preteridos? Os recursos perpetrados junto à CAPES por outras universidades mostram que outros e outras colegas não contemplado/as pela bolsa não são menos qualificado/as que Kabengele. No entanto, vale a pena, apesar da consciência, divagar um pouco sobre os critérios de comparação, pois foi por ela que fomos eliminados. Pois bem, é possível comparar propostas diferentes sem antes estabelecer entre elas um denominador comum? Qual foi esse denominador? As regras do jogo de comparação não parecem claramente definidas; a subjetividade e a objetividade dos julgadores parecem se misturar. Claro, não há nenhum demérito aos colegas cujos projetos foram beneficiados pelas 59 bolsas atribuídas. Os especialistas da Física Quântica não têm dúvida sobre a subjetividade do observador pesquisador no momento em que ele começa a interpretar cientificamente os fenômenos da natureza por ele obsevados.

Na esteira do raciocínio do Professor José Jorge de Carvalho, Coordenador do INCTI, em seu documento em apoio a mim para reivindicar a bolsa, com toda sua clareza do intelectual militante e engajado e sua posição políico-ideológica a respeito da inclusão dos negros e indígenas no ensino superior, docência e pesquisa, talvez eu fosse o único estudioso negro ou um dos pouquíssimos pesquisadores negros a concorrer a essa bolsa. Por coincidência, esse único negro foi o menos qualificado, por comparação. Estranha e triste coincidência!

Minha consideração especulativa poderia ser enquadrada no chamado discurso da vitimização, o que pouco me importa, pois já estamos acostumados. No entanto, os que detêm o poder de nomear os outros, ou seja, de nos nomear, são os mesmos que nos julgam, pois fazem parte do binômio saber/poder muito bem caracterizada na visão foucaultiana (Ver Michel Foucault). Neste sentido, os argumentos aparentemente científicos escondem uma relação de poder e autoridade difícil de transformar. Por isso, eu nutri certo sentimento de pessimismo que me faz acreditar que o recurso da UFRB e o apoio dos colegas não surtirão efeito de reversão da decisão da CAPES, no sentido de dar outra bolsa além das 59 concedidas. Ou seja, o recurso da UFRB e o documento de apoio do Professor José Jorge de Carvalho, coordenador do INCTI, assinado por demais colegas têm menos probabilidade de ser atendida positivamente.

Por isso, sem esperar o fechamento esperado, sinto-me no momento na simples obrigação moral de agradecer o recurso da UFRB e o apoio de vários colegas encabeçado pelo amigo e companheiro de luta, o Professor José Jorge de Carvalho. Estarei sempre disposto a colaborar com a UFRB, através de convite para participar dos seminários, proferir conferência e palestras, participar de comissões julgadoras de mestrado etc., como já o venho fazendo.

Meu muito obrigado,

Kabengele Munanga

Histórico da situação explicada em carta de solidariedade do historiador Jacques Depelchin:

O Professor Kabengele Munanga FOI EXCLUÍDO de uma seleção para professor visitante da UFRB( Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).

Por que tanto medo do Professor Kabengele Munanga? Por que tanta raiva contra alguém que contribuiu tanto na partilha dos seus saberes? Para as pessoas pouco informadas, o Professor Kabengele Munanga se destacou na sua carreira acadêmica na USP.

Em fins de 2013 se aposentou e aceitou o convite para lecionar como Prof. Visitante Sênior na jovem universidade federal do Recôncavo da Bahia(UFRB) Baiano -UFRB. Para isso, se candidatou para uma bolsa da CAPES, Edital 28 de 2013, na Categoria de PVNS Apesar de um parecer favorável e elogioso recomendando a outorga da Bolsa pleiteada, a sua candidatura foi rejeitada, levando a um protesto de vários acadêmicos, incluindo professores da UFRB. Numa carta aberta, agradecendo este ato de solidariedade, o Professor Kabengele Munanga explica historiando o processo em que se deu o que lhe aconteceu .

Aqui, gostaria de levantar uma pergunta: alguém teria medo do Professor Kabengele Munanga e de onde viria? A necessidade de refletir sobre isso é urgente, não só para os Afro-Brasileiros, mas também para todos os Brasileiros que entendem e agem como membros duma só humanidade, pois o contexto global em que vivemos hoje, exige, com urgência, essa afirmação.

No seu livro Pele Negra, mascaras brancas, Frantz Fanon discute esta questão do medo (pp. 125-6, Edufba, Salvador 2008), focando sobre aspetos bem conhecidos pelos sobreviventes dos legados acumulados da escravidão atlântica e da colonização. Infelizmente, o próprio Fanon não entra na discussão sobre como ele superou o medo.
O medo dos adversários do Prof Kabengele Munanga é o produto, indireto, da serenidade e da franqueza com que ele tem abordado assuntos incomodantes da sociedade Brasileira, em volta das raízes do racismo, das sugestões sobre como solucionar as injustiças cumulativas herdadas dessas violências contra as partes discriminadas da humanidade.
Esse medo, quer da vitima, quer de quem tem medo da resistência das vitimas, nunca é de bom conselho. O medo dos gerentes dum sistema prisional tem uma explicação, mas, como é sobretudo visceral, a explicação a partir da razão não se aplica. Porque, como sempre aconteceu em outros casos históricos, os administradores do sistema não são preparados para enfrentar quem deveria se submeter à suas ordens, mas que, em vez, se levanta e argumenta a partir da sua consciência e com eloqüência e sabedoria uma saída honrosa para todos. Para os gerentes dum sistema injusto, as vitimas tem que se calar. Ir na contra mão dessa ordem informal é geralmente caracterizado de "impertinência" e, por isso, tem que ser punido.

Os administradores/gerentes dum legado histórico profundamente injusto tem dificuldades em parabenizar o Professor Kabengele Munanga decidir, no fim da sua careira, na pratica, dar uma lição de como corrigir as conseqüências, no nível do ensino superior, duma injustiça sistêmica contra as descendentes e os descendentes da escravidão.

Não é difícil imaginar o que se passa na mente dos adversários do Professor Kabengele Munanga. Na peça de teatro Et les chiens se taisaient, Aimé Césaire ilustrou como o rebelde escravo enfrentou o dono, no próprio quarto dele. O que aconteceu ao Professor Kabengele Munanga pode ser lido como a continuação do comportamento típico dos dominantes quando enfrentam um caso de rebeldia contra injustiça: o rebelde tem que ser punido, na medida do possível, duma maneira exemplar (leia severamente) para que outros rebeldes potenciais não sejam encorajados em imitá-lo. Historicamente, os exemplos individuais e coletivos abundam: Kimpa Vita, Zumbi, Geronimo, Abdias Nascimento, Toussaint-l'Ouverture, Cuba, Haiti, Patrice Lumumba, Amilcar Cabral, Salvador Allende, Cheikh Anta Diop, Nelson Mandela, Samora Machel, Thomas Sankara, Steve Biko, Chris Hani, Aristide, para não mencionar mais.

O Professor Kabengele Munanga, de origem Congolesa, nação de Kimpa Vita, Patrice Lumumba e outras e outros, na mente dos seus adversários, por definição, não tem direito à palavra, muito menos quando a sua fala/escrita acaba dando uma lição contundente de como superar legados históricos seculares, no Nordeste Brasileiro, para que qualquer Brasileir@ possa pensar, sonhar, e conseguir ser uma estrela, um craque intelectual.

Desde já, agradecemos a coragem do Professor Kabengele Munanga por ter continuado trilhando os caminhos das benzedeiras e dos benzedeiros sobre os quais o grande autor Ghaneense, Ayi Kwei Armah escreveu com tanta eloquencia no seu livro de ficção The Healers.

Em solidariedade,
Jacques Depelchin
Historiador
Salvador-Bahia

Fonte: Mamapress

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Desembargador Transgressor da Lei
 
Não admitimos, e não partilhamos desde tipo de atitude digna de cena de cinema, onde o coronelismo não é mais aceito em hipótese alguma. 
A sociedade não irá se curvar diante de tão vil atitude por parte de um membro da corte de justiça,
Este ato é digno de repúdio e de representação contra a tirania deste desembargador.
Adilson Araujo de Abreu.
Diretor de Relação Institucional.
Conselho da Comunidade Negra de Piracicaba SP
Conepir.

 

http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/22594-desembargador-humilha-garcom-e-desperta-revolta-de-populares?fb_action_ids=713220288708570&fb_action_types=og.likes&fb_ref=.UtOExmiUwPU.like&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%22713220288708570%22%3A1409271365981334%7D&action_type_map=%7B%22713220288708570%22%3A%22og.likes%22%7D&action_ref_map=%7B%22713220288708570%22%3A%22.UtOExmiUwPU.like%22%7D 

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Outros casos de racismo no futebol gaúcho em 2014 ficaram impunes

Goleiro do Santos foi chamado de 'macaco' por torcedores do Grêmio.
Inquéritos sobre outros 2 casos foram encerrados sem apontar culpados.

Do G1 RS

Racismo Grêmio x Santos (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)Torcedor exibe faixa contra racismo após ofensas a Aranha (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)

Casos de racismo no futebol do Rio Grande do Sul costumam ficar impunes para os torcedores. O episódio de racismo envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, na partida de quinta-feira (29) contra o Grêmio, pelo Copa do Brasil, foi o terceiro registrado em 2014 no futebol gaúcho. E até agora ninguém foi responsabilizado pelas ofensas.

Racismo Arena do Grêmio (Foto: Reprodução/ESPN)Torcedora gremista chama o jogador do Santos
de "macaco" (Foto: Reprodução/ESPN)

Durante o jogo na Arena do Grêmio, câmeras de TV flagraram alguns torcedores gremistas ofendendo com palavras e gestos racistas o jogador do Santos. O ato partiu da arquibancada posicionada atrás do gol defendido por Aranha e levou o camisa 1 a paralisar a partida, aos 42 minutos do segundo tempo, para reclamar com o árbitro.

Nesta sexta-feira (29), Aranha registrou Boletim de Ocorrência (BO) em uma delegacia dePorto Alegre. Segundo o delegado Herbert Ferreira, o jogador manteve o que disse após o jogo e confirmou ter sido ofendido por torcedores. O delegado diz que já solicitou ao Grêmio imagens das câmeras do estádio para tentar identificar os  responsáveis pelos insultos.

“Ele disse que os torcedores gritaram palavras como ‘macaco’, ‘negro sujo’, bando de negros’. Foram várias pessoas, não só aquela menina que aparece nas imagens da TV”, afirmou o delegado titular da 4ª Delegacia de Polícia da capital, responsável pelo caso.

O que diz a lei

Segundo a Polícia Civil, caso sejam identificados, os responsáveis podem ser indiciados pelo crime de injúria racial. Previsto no artigo artigo 140 do Código Penal, a pena varia de um ano a três anos de prisão, além do pagamento de multa. O réu também pode responder em liberdade e ser beneficiado com uma suspensão condicional do processo. 

Dois casos sem indiciamentos
Herbert Ferreira também foi o delegado que investigou outro episódio recente de racismo no futebol gaúcho. Em 30 de março, o zagueiro Paulão, do Inter, denunciou ter sido vítima de insultos semelhantes após o Gre-Nal vencido pelo Inter por 2 a 1, pelo Gauchão, na Arena do Grêmio.

O caso teve repercussão nacional e resultou em punição ao Grêmio, com o pagamento de multa no valor de R$ 80 mil. O torcedor que ofendeu o jogador ao final do jogo, porém, saiu impune. O inquérito policial sobre o caso foi concluído recentemente e enviado ao Ministério Público (MP) sem apontar responsáveis.

“Nesse caso do Paulão, a imagem que a gente conseguiu localizava o torcedor responsável pela ofensa, mas não foi possível ter uma identificação positiva dele. O problema é que muitas vezes a imagem não nos ajuda”, justifica o delegado.

A investigação sobre o episódio de racismo envolvendo o árbitro Márcio Chagas da Silva também não deu em nada. Ele relatou ter ouvido ofensas racistas em partida no dia 5 de março, no Estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, no jogo entre Esportivo e Veranópolis, pelo Gauchão. Depois da partida, encontrou seu carro amassado e com bananas sobre ele.

O inquérito policial sobre o caso foi concluído no início de julho sem indiciamentos. A delegada Maria Isabel Zerman, titular da 1ª Delegacia de Bento Gonçalves, diz que mais de 20 pessoas foram ouvidas, mas a polícia também não conseguiu identificar os responsáveis pelos insultos.

“Fizemos tudo o que era possível e não conseguimos localizar identificar qualquer suspeito. O inquérito foi enviado para o Ministério Público, que solicitou novas diligências. Vamos fazer novas oitivas com policiais militar e novas testemunhas”, afirmou a delegada. 

Nos tribunais esportivos, as punições aos clubes também têm sido brandas. No episódio envolvendo o árbitro Márcio Chagas, o Esportivo foi punido com a perda de nove pontos na tabela, mas recorreu e conseguiu diminuir a punição para apenas três pontos. Mesmo assim, o clube da Serra acabou rebaixado para a segunda divisão do futebol gaúcho.

'Quem apanha sabe o quanto dói'
As vítimas das ofensas dizem que a impunidade e a conivência de clubes, federações e autoridades incentivam novos casos de racismo nos gramados brasileiros.

“Precisamos combater o racismo enquanto ele ainda está em um nível combatível. E quando falo de racismo é em todas as áreas, todos os gêneros, de raça, de cor, de religião. Temos de ser mais próximos, mais solidários um com o outro, e sempre que percebermos uma atitude ou o início de uma atitude dessas, temos de combater desde o começo”, disse Aranha, em vídeo divulgado pela TV do Santos.

“Estamos com uma ótima oportunidade novamente de poder educar essas pessoas que estão indo se manifestar de forma de racista, de forma covarde. Eu me vi na posição do Aranha ontem. Não tive oportunidade de extravasar, chamar o árbitro e relatar tudo o que aconteceu, como ele fez. Mas quem apanha sabe o quanto dói”, declarou o ex-árbitro e hoje comentarista da RBS TV, Márcio Chagas.

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